Com os importantes avanços obtidos nos últimos anos na superação da extrema pobreza, o centro da agenda da segurança alimentar do Brasil passa agora pela garantia de alimentação saudável à população e, para cumprir esse objetivo, as prefeituras e a sociedade civil têm papel essencial.
A avaliação é da ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, que participou nesta segunda-feira, 15 de setembro, da Oficina de Elaboração dos Planos de Segurança Alimentar e Nutricional nos Municípios, em Brasília. O evento é realizado pela Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional (Caisan Nacional).
“O Brasil enfrentou a agenda da fome”, afirma a ministra, que também preside a Caisan. “Nós não vamos abrir mão dessa agenda, pois ainda existem grupos em situação de insegurança alimentar e nutricional. Vamos ter que entrar agora em outro nível de acompanhamento.”
Tereza Campello ressalta que os resultados também se devem à participação de todos os envolvidos na luta pela garantia do Direito Humano à Alimentação Adequada (DHAA), de governos à sociedade civil. “Grande parte dos avanços se deve a afirmar permanentemente a ideia da participação nas políticas, na troca, na construção conjunta com a sociedade civil.”
O evento, que segue até esta terça-feira (16), tem como objetivo avançar na difusão e implantação do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Sisan) nos municípios. Além de coordenar a adesão ao sistema, o MDS passa orientações importantes para que os gestores municipais possam elaborar seus planos, construídos em consonância com as particularidades regionais.
Participam da oficina membros das Câmaras Intersetoriais de Segurança Alimentar e Nutricional de 17 estados e representantes de governo e da sociedade civil de 57 municípios, que juntos somam aproximadamente 20 milhões de habitantes.
Mapeamento – Para Aurileda Vieira, secretária de Trabalho e Ação Social do município de Tamburi (CE) e presidente da Caisan municipal, “a elaboração do plano é muito importante porque, a partir dele, podemos mapear a realidade do município para poder minimizar a insegurança alimentar que ainda existe”. O plano local já está sendo elaborado e, após as eleições, será apresentado e debatido com representantes da sociedade civil.
Durante a Oficina também foi lançado o Manual de Orientação para Oferta de Alimentação Adequada e Saudável. O material é uma cartilha de uso prático para auxiliar quem recebe e prepara os alimentos do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), que são servidos em mais de 6,3 mil instituições socioassistenciais em todo o país.
A publicação traz dicas para auxiliar na busca por alimentos de boa qualidade e proporcionar uma alimentação saudável. Também ensina os profissionais como identificar a produção dos agricultores familiares da região e como essa produção pode atender às necessidades alimentares das pessoas atendidas pela rede socioassistencial.
Fonte: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome / Foto: Carlos Polyiacs