Por José Prates*
O presidente do Banco Central vem desafiando o Brasil, de forma arrogante e autoritária, tomando decisões hiper monocráticas à revelia de todo mundo, contrariando todas as opiniões sensatas sobre o momento e o rumo da economia brasileira a qual, mediante ação do atual governo em comunhão com amplos setores das forças motoras do país, vem se inserindo de forma resolutiva nos diversos cenários, com indicadores positivos e ações pontuais que movimentam a produção, o comércio e o consumo, além de produzir os marcos legais que garantem segurança jurídica e estabilidade para quem necessita produzir, trabalhar e comprar. A única exceção fica por conta dos juros de Roberto Campos Neto, 13,75%, numa empedernida e explícita rota de colisão com todos e tudo o que há de sensato, quando o assunto é o destino de 203.000.000 (duzentos e três milhões) de cidadãs e cidadãos preocupados e esperançosos: o povo brasileiro!
Não se trata de discutir sobre a autonomia do Banco Central, mas de refletir, atuar e reagir com vigor e sensatez, contra a nefasta incidência da exorbitante taxa de juros, a mais alta do mundo, que asfixia a vida das pessoas deste país. Tomemos como referência para isso, não apenas os discursos governamentais ou as falas dos políticos e das organizações empresariais, todas elas legítimas e procedentes, mas o corajoso discurso de uma mulher rica, empreendedora e perseverante, a senhora Luiza Trajano, da rede Magazine Luíza, que soube fazer a leitura correta do fato e se expressar de forma presencial, na ocasião adequada, dirigindo-se àquele que precisava ouvir cara a cara o desabafo ecoando como um forte clamor desafiador, ao ouvido do carrasco dos trabalhadores e pequenos empresários brasileiros, frio agente dos grandes rentistas, esses parasitas apátridas, aproveitadores dessa situação atípica.
Decididamente, esse não é o Banco Central do Brasil, mas o balcão da especulação dos sanguessugas alienígenas do rentismo genocida, indiferentes aos riscos e consequências de seu crime…
Como ex-Prefeito, por três mandatos, conheço e posso atestar o mal que causa e o estrago que produz a taxa de juros a 13.75% do senhor Roberto Campos Netos, lá na ponta do país, no lugar onde a vida verdadeiramente acontece. E´ como retirar o oxigênio de milhões de pacientes graves no CTI. Verdadeira eutanásia!
Já passa da hora de mudar! O Brasil não aguenta mais!
Do contrário de nada valerão todos os enormes esforços feitos para retomar o controle do crescimento da economia brasileira que já conta com evidentes e robustos sinais de boas respostas ante as diversas ações patrocinadas pelo atual governo no sentido de corrigir suas próprias deficiências de visão e gestão, dialogando com representantes de amplos setores econômicos, políticos e sociais, adotando medidas objetivas para crescimento da oferta e manutenção de novos empregos, interagindo com parlamentares e lideranças da sociedade civil para geração dos marcos legais de longa duração, imprescindíveis à segurança e superação do casuísmo e improvisações. Destaquem-se nesse contexto, a retomada dos programas sociais com nova visão, renegociação da dívida agrária, controle do clima com incentivos fiscais, especialmente na produção agropecuária, reajuste do valor da merenda escolar, novo salário mínimo, correção da tabela do IR, programa “desenrola”, contratação de milhares de profissionais para o Mais Médicos, marco de igualdade salarial homens/mulheres, redução do preço dos combustíveis, incentivo à compra de carros novos, tudo isso num cenário que tem como pano de fundo, a reentrada do Brasil no mundo internacional, retomando nossa verdadeira estatura e abrindo enormes espaços para fortalecimento de nossos interesses comerciais, a estabilização da bolsa de valores, a queda do dólar e a ampla discussão dos diplomas legais imprescindíveis ao arcabouço de referenciamento geral da economia, como o marco fiscal e a reforma tributária. Em semelhante cenário, ameaçado pelo onipotente controlador do Banco Central, cabe a interrogação:
– O que fazer, então?
– Simplesmente “agradecer” ao ilustre presidente do balcão dos rentistas e entregar-lhe o boné, indicando a serventia da casa e, em assembleia de brasileiros verdadeiramente patriotas, decidir novos rumos!
*José Prates foi Prefeito de Salinas (MG) por três mandatos.