A Associação Brasileira de Municípios (ABM) lamenta e protesta contra o encerramento do programa Mais Médicos, anunciado nesta quarta-feira pela coordenadora do programa no Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro. Embora ela não fale claramente em encerramento, confirma que não serão publicados novos editais e nem contratados profissionais para suprir as quase duas mil vagas em aberto. Estão assegurados os serviços apenas dos já contratados, por três anos.
A entidade municipalista já vinha alertando para o forte impacto da falta de médicos em municípios menores das regiões metropolitanas e também aqueles mais distantes desde o rompimento do convênio com Cuba, no final do governo Temer. Com a retirada dos profissionais cubanos, grande parte dos municípios ficaram sem médicos para atendimento na saúde básica e em muitos ainda não houve reposição, apesar dos editais.
“O encerramento do programa, sem qualquer consulta aos municípios, vai agravar ainda mais a crise na saúde. Estamos preocupados em como esta questão pode se resolver. Não vislumbramos boas perspectivas a curto ou médio prazo”, diz o presidente da entidade, prefeito de São Leopoldo-RS, Ary Vanazzi.
A ABM lutou muito pelo Mais Médicos, acreditando ser o programa ideal para atender as necessidades das prefeituras e enquanto ele funcionou, foi bem sucedido. A proposta que vem sendo estudada pelo novo governo, de transformar o programa em um plano de carreira para atrair profissionais médicos às áreas mais distantes do país, não deve suprir a demanda, na avaliação do presidente da entidade. “Teria que ser uma proposta muito tentadora para levar médicos brasileiros aos confins do Brasil, haja vista que não houve interesse nem com os chamados de agora, prenunciamos o agravamento da situação.” A ABM vai discutir com prefeitos e prefeitas formas de pressão junto ao governo para que apresente soluções com urgência.