A hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu (PA), está com 77% das obras realizadas. Em novembro deste ano, começa a funcionar uma usina menor, que representa 3% da capacidade total. A primeira das 18 máquinas da unidade maior entra em operação em março de 2016. Até lá, no entanto, Altamira e outros dez municípios do Pará já sentem os efeitos positivos levados pelo empreendimento gigantesco da usina.
Os municípios da região receberão, ao todo, R$ 3,7 bilhões de investimentos nas áreas social e ambiental. É a contrapartida por abrigar a quarta maior hidrelétrica do mundo, capaz de gerar 11 MW (megawatts) de energia e atender 60 milhões de pessoas no Brasil. “É um projeto complexo e feito, por exemplo, para não alagar um milímetro de terra indígena”, diz o presidente da Norte Energia, Duílio Diniz de Figueiredo.
Quando venceu a disputa pela usina de Belo Monte, a Norte Energia se comprometeu a realizar o ambicioso plano de compensação para minimizar eventuais impactos sociais e ambientais. O exemplo a ser evitado é o da rodovia Transamazônica, inaugurada em 1972 e que não beneficiou a região. “Com 103 anos, a cidade de Altamira tinha esgoto a céu aberto e só dez por cento de água”, assinala o executivo da empresa.
O projeto de saneamento em Altamira prevê R$ 300 milhões de investimento para seus 106 mil habitantes, seguindo a tecnologia usada em Paris. Haverá oito reservatórios de água potável. Os municípios da região receberão um total de R$ 485 milhões para rede de água e esgoto. Segundo o presidente da Norte Energia, Altamira ainda se livrou do lixão no centro da cidade. No lugar, foi construído um moderno aterro com gramado.
Povos indígenas
Um mal-entendido recorrente é que a usina de Belo Monte afetaria negativamente os povos indígenas do rio Xingu. A região tem 34 aldeias-mãe que ficam num raio de 500 quilômetros em torno de Altamira. O projeto de compensação social e ambiental prevê um investimento de R$ 212 milhões em benefícios às aldeias, informa o presidente da Norte Energia. São 711 casas construídas, compra de 370 barcos, além da instalação de postos de saúde e escolas.
As compensações sociais e ambientais mostram a responsabilidade de quem toca um grande projeto em uma das regiões (a Amazônia) mais importantes do mundo na atualidade. E os números de Belo Monte são todos grandiosos. Só de trabalhadores na obra são 25 mil pessoas envolvidas direta e indiretamente. Um dos pontos relevantes é que 60% destas pessoas são paraenses, estimulando o emprego local.
Fonte: Portal Brasil