Nos últimos cinco anos, a capital do Acre, Rio Branco, tem reutilizado uma boa parte do seu lixo na Unidade de Tratamento Resíduos Sólidos (UTRE).
Antes da existência da iniciativa, todo o resíduo era direcionado ao lixão que existia na cidade. “Nós tínhamos um lixão a céu aberto que funcionava há 20 anos. Isso causava um grande prejuízo ambiental”, conta a técnica de controle de meio ambiente da Prefeitura de Rio Branco, Aline Ramos.
Devido ao trabalho desenvolvido pela UTRE, quase mil toneladas de pneus velhos receberam um destino sustentável: foram transformados em grama sintética, pisos, pavimentação e quadras desportivas.
Ao todo, durante o período de funcionamento, a Unidade recebeu 1,2 mil toneladas de pneus velhos. Desse total, 972,56 toneladas foram recicladas.
Além dos pneus velhos, todo o lixo urbano resultante da atividade doméstica e comercial de Rio Branco passa pela UTRE. A unidade de tratamento recebe restos de comida, papel e papelão, plásticos, vidro, metais, roupas, óleos (de cozinha e de motos) e material descartado de informática.
A decisão da prefeitura de instalar a UTRE foi uma antecipação à Política Nacional de Resíduos Sólidos, formalizada pela lei 12.305, de 2010, que determinou a extinção dos lixões.
Para instalar as Unidades de Tratamento, a prefeitura de Rio Branco contratou, em 2006, financiamento junto à Caixa Econômica Federal, por meio do Ministério das Cidades. Já no segundo ano de funcionamento da Unidade, a prefeitura recebeu o Prêmio Caixa Melhores Práticas em Gestão Local.
Reciclagem
Atualmente, a UTRE recebe material de grandes geradores de resíduos. “Empresas terceirizadas recolhem o material de shoppings e mercados, por exemplo, e levam para a Unidade, onde é feita uma triagem”, exemplifica a técnica Aline Ramos.
Além de fazer a destinação correta ao papelão, vidro, material hospitalar e plástico, a Unidade de Tratamento também recebe frutas, legumes e verduras descartadas pelos mercados.
Esse material orgânico é destinado à unidade de compostagem, a transformação em adubo destinado a hortas. Durante o período que a UTRE está em funcionamento, mais de 300 toneladas de orgânicos foram destinadas às instituições sociais (quando o produto ainda é possível de ser consumido), produtores de hortaliças e hortas comunitárias.