A Associação Brasileira de Municípios (ABM) participou ativamente da 2ª Reunião de Sherpas do BRICS, realizada no Rio de Janeiro no dias 23 a 25 de abril. Pela primeira vez, desde a criação do grupo, representantes da sociedade civil integraram o diálogo oficial, apresentando propostas diretamente aos principais negociadores dos países-membros (os sherpas).
A ABM representou os governos locais em nome da Associação de Cidades e Municípios dos BRICS+. Em seu discurso, o diretor executivo da entidade, Eduardo Tadeu, enfatizou o papel estratégico dos municípios no enfrentamento de crises globais e na implementação de políticas públicas.
“As crises globais impactam primeiro as cidades. Os governos locais precisam ter voz ativa na construção de soluções. A Associação de Cidades e Municípios dos BRICS+ está preparada para colaborar com essa nova governança”, afirmou.
Cidades como agentes de transformação
O diretor executivo da ABM defendeu que os negociadores do BRICS reconheçam os municípios como atores essenciais para o desenvolvimento sustentável. “As cidades são centros de inovação e redução de desigualdades, mas demandam financiamento, acesso a tecnologias e parcerias sólidas com governos nacionais”, destacou.
Ele agradeceu o apoio das presidências russa (2024) e brasileira (2025) e pediu que as próximas lideranças mantenham o foco na agenda municipal. “É no território que as metas globais se tornam realidade”, ressaltou, lembrando que a Associação de Cidades e Municípios dos BRICS+, criada em junho de 2024 em Kazan (Rússia), é um avanço na cooperação entre os países. A entidade realizará sua primeira Assembleia Geral em Maricá (RJ), entre 26 e 28 de maio.
Sociedade civil no centro do BRICS
A participação da ABM no evento representa a inclusão pioneira da sociedade civil nas discussões do bloco – destaque da gestão brasileira. Como destacou Eduardo Tadeu, o BRICS pode impulsionar modelos alternativos de desenvolvimento, priorizando as pessoas. “Num mundo em transformação, o bloco pode liderar mudanças a partir das cidades”, afirmou.
Pela primeira vez, governos locais tiveram participação oficial, com a ABM representando a Associação de Cidades BRICS+. As propostas serão consolidadas em documentos e avaliadas pelos sherpas nas próximas semanas.