Nos dias 21 e 22 de julho mais de 60 prefeitos de 29 países, dentre eles sete brasileiros: Fernando Haddad (SP), Eduardo Paes (RJ), Márcio Lacerda (MG), Paulo Garcia (GO), ACM Neto (BA), Gustavo Fruet (PR), vão se reunir no Vaticano para tratar da luta contra a mudança climática e do tráfico de pessoas.
No encontro, os prefeitos vão discutir formas de lutar contra essas duas tragédias, claramente condenadas pelo papa Francisco na encíclica “Laudato si'”.
Estarão presentes os prefeitos de Paris, Nova York, Boston, São Francisco, Roma, Milão, Nápoles, Oslo, Estocolmo, Teerã, Argel, Abidjan, Acra, Libreville, Lubumbashi (República Democrática do Congo) e Johannesburgo, entre outros. Também participam os representantes de cidades menores, como Salvador e Belo Horizonte e as argentinas Villa María e Rosario.
Organizada pela Academia de Ciências Sociais da Santa Sé e dirigida pelo bispo argentino Marcelo Sánchez Sorondo, a reunião termina no dia 22, com um discurso do papa e uma declaração conjunta.
No workshop “Escravidão moderna e mudança climática”, os prefeitos vão trocar experiências e identificar as melhores práticas para reduzir as emissões de anidrido carbônico e eliminar a prostituição e o tráfico de seres humanos. Ambos são considerados pelo sumo pontífice formas modernas de escravidão.
O papa Francisco afirma que esses fenômenos afetam todo o planeta, o que torna urgente combatê-los de forma conjunta, com o firme apoio e o envolvimento das autoridades locais. Para ele, a Encíclica “Laudato Si” divulgada recentemente, não é uma “Encíclica verde”, é uma “Encíclica social”. “O cuidado do ambiente é uma atitude social”, disse.
O objetivo do workshop é a mobilizar prefeitos (as), envolver e chamar a atenção das Nações Unidas para o crescimento desmesurado das cidades que traz consequências como o tráfico de pessoas, migração, trabalho informal, exploração sexual (principalmente de crianças em países de guerra) e prostituição.
O Papa expressou que tem expectativa de que na Cúpula do Clima (COP21), que acontecerá em Paris, em dezembro, se discutam estes temas.
A luta contra as “novas” formas de escravidão já foi tema de uma reunião mundial de chefes de Polícia em abril de 2014 no Vaticano e de um encontro de líderes religiosos mundiais em 2 de dezembro passado. O objetivo é erradicá-las até 2020. Os chefes de polícia das principais cidades do mundo estimularam o Vaticano a convidar os respectivos prefeitos para ampliar o envolvimento dos governos locais nesse combate.
Em setembro próximo, o papa Francisco visitará a sede da organização, em Nova York, em uma escala durante sua viagem aos Estados Unidos. Segundo o Vaticano, a escravidão em todas suas formas afeta 30 milhões de pessoas no mundo, e o lucro da criminalidade provém, sobretudo, da prostituição.
*Com informações do Diário de Pernambuco