A paralisação dos caminhoneiros, que também parou a produção e transporte de mercadorias durante quase duas semanas, já mostra seus reflexos na economia e também, como alertou o prefeito de São Leopoldo (RS) e presidente da Associação Brasileira dos Municípios (ABM), Ary Vanazzi, nos cofres das Prefeituras. Em São Leopoldo, por exemplo, o repasse previsto pelo governo do Estado, via arrecadação de ICMS, praticamente não ocorreu.
A previsão da Secretaria Estadual da Fazenda era de repassar ao município hoje, dia 12, a quantia de R$ 1,3 milhão. Mas, com a queda de arrecadação durante os dias de paralisação e desabastecimento de gasolina, o repasse foi de apenas R$ 367 mil. Mais de um milhão deixou de entrar nos cofres municipais.
“Nós viemos alertando aos prefeitos que a crise será bem pior para as Prefeituras”, diz o prefeito Vanazzi. “Além do caos financeiro já enfrentado e o congelamento de investimentos por 20 anos implantado pelo governo federal, agora os reflexos da greve dos caminhoneiros – que se prolongou e se agravou por incompetência do governo federal em resolver o impasse – atrapalham ainda mais a vida dos gestores municipais.” De acordo com o presidente da ABM, os próximos meses podem ser ainda mais duros.
“Agora vem a Copa do Mundo e depois o período eleitoral. Como temos observado, não há movimentação da economia durante estes eventos, então a situação ficará bem mais grave. Se os prefeitos não se organizarem rapidamente para exigir apoio do governo federal, a corda vai arrebentar no Município, bem mais próximo dos cidadãos e portanto sujeito às cobranças mais urgentes.” Vanazzi tem falado, com insistência, no risco que correm os gestores de terem que responder judicialmente inclusive por causa da Lei de Responsabilidade Fiscal.