Painel “Territorialização da Agenda 2030” destaca que combate à fome e a segurança alimentar e nutricional são indissociáveis para a justiça socioambiental nos territórios
A Associação Brasileira de Municípios (ABM), em parceria com o Consórcio Nordeste, realizou o painel “Territorialização da Agenda 2030: Segurança Alimentar e Nutricional na Ação Climática para Justiça Socioambiental”, realizado no sábado (15) às 10h. Com mediação de Yara Martinelli, assessora de projetos da ABM, o evento destacou a Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) como eixo estratégico para uma ação climática justa e efetiva.
O debate reuniu parceiros em perspectiva multinível e multissetorial: gestoras públicas municipais, estaduais, acadêmicas, representantes de movimentos sociais e lideranças de povos indígenas, reforçando o papel da ABM na coordenação da CT3 do Conselho da Federação – Políticas Sociais e Combate às Desigualdades.
Governança multinível na prática
Em sua fala, Yara Martinelli destacou o caráter articulador do painel: “Eu vejo esse espaço muito como um ambiente de articulação, um espaço de parceria, de reconhecimento do papel de cada um e de cada uma para atuar na ação climática”. A assessora enfatizou a diversidade de vozes presentes: “Esta é uma mesa que congrega não só uma agenda multinível, de município, de estado, de governo federal, mas também a universidade, a academia, os povos originários representados aqui, pela Simone Terena, que é liderança em seu território, mulher semente da ANMIGA e pós-doutoranda do INCT Caleidoscópio.”
A realidade dos territórios
Com a experiência de quem conhece profundamente a Amazônia, Renata Novaes, secretária de Meio Ambiente de Marituba/PA e vice-presidente da ABM para a Amazônia, trouxe uma reflexão contundente sobre a relação entre pobreza e preservação ambiental: “Nós sabemos que a pobreza é diretamente proporcional à preservação ambiental. Quanto mais pobres, mais difícil é nós dizemos: não derrube o açaizinho, porque essa palmeira vai crescer. Pois ela é importante tanto para o meio ambiente, quanto para aqueles que não têm o que comer”.
A gestora fez um alerta sobre a necessidade de aproximar as agendas globais das pessoas: “É um termo bem bonito: Objetivos do Desenvolvimento Sustentável. Mas e nos territórios, localmente, o que isso significa? A gente precisa aproximar essa agenda do nosso povo, das pessoas, e é localmente que nós vamos fazer isso”.
Eixos estratégicos do debate
O painel aprofundou três dimensões interconectadas:
- A Segurança Alimentar e Nutricional como elemento central para a justiça climática;
- A urgência de territorializar a Agenda 2030, adaptando seus objetivos às realidades locais;
- A governança multinível como mecanismo para garantir a participação efetiva dos municípios na construção de políticas integradas.
Legado para os municípios
O evento reforçou o compromisso da ABM em promover a integração entre segurança alimentar, ação climática e combate às desigualdades, posicionando os governos locais como agentes fundamentais na implementação da Agenda 2030. A atividade consolida a atuação da Associação como articuladora de diálogos que conectam as pautas globais às necessidades concretas dos territórios.
Para assistir à íntegra do painel, acesse: https://www.youtube.com/watch?v=G8nyl_SEaRo






